Adrenalina, o hormônio que ativa o nosso poder de enfrentar o perigo

Adrenalina, o hormônio que ativa o nosso poder de enfrentar o perigo

Ela foi isolada pela primeira vez em 1900, no Japão, pelo bioquímico Jokichi Takamine. Em 1920, o médico e cientista espanhol Gregorio Marañón estudou e descreveu o efeito da adrenalina no organismo humano, sobretudo como ela afetava as reações emotivas das pessoas. A Wikipedia define a adrenalina, também conhecida como epinefrina, como “um hormônio simpaticomimético e neurotransmissor responsável por preparar o organismo para a realização de grandes feitos, derivado da modificação de um aminoácido aromático (tirosina), secretado pelas glândulas suprarrenais, assim chamadas por estarem acima dos rins”. Isto quer dizer que toda vez que nos deparamos com uma situação que exige resposta muito rápida de nosso corpo, principalmente em situações de perigo, é a adrenalina que nos impulsiona para a ação. Esta substância tem o poder de acionar todos os nossos mecanismos de defesa para responderem a qualquer emergência de forma eficaz. É assim que pessoas acabam realizando feitos extraordinários que jamais pensariam ser possíveis em condições normais. A adrenalina é descarregada também em nosso organismo toda vez que somos submetidos a fortes emoções, como descer uma montanha-russa por exemplo ou praticando qualquer esporte radical. Ou ainda quando estamos muitos ansiosos ou tensos.

COMO A ADRENALINA AGE EM NOSSO CORPO

Existem sintomas clássicos da presença da adrenalina em nossa corrente sanguínea, como suor, aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, pupilas dilatadas, respiração ofegante e visão aguçada são os mais comuns. A adrenalina nos fornece também mais energia, pois acelera o metabolismo da glicose. Portanto, receber uma carga forte de adrenalina eventualmente para nos dar agilidade é muito positivo e essencial para a nossa sobrevivência, mas viver submetido aos seus efeitos pode ocasionar problemas sérios de saúde, inclusive um infarto.

É importante ressaltar que nós não liberamos adrenalina por vontade própria. É o organismo que faz isto por si mesmo quando há necessidade de aumentar os nossos estímulos. Mas ainda não se sabe exatamente como este mecanismo é acionado. Em condições normais sua presença no sangue é muito pequena. Mas uma coisa é certa. Geralmente depois de uma forte dose de adrenalina ocorre uma sensação de fadiga e cansaço, que acontece devido ao elevado consumo de energia criado por ela e também pela desaceleração de todas as funções que ela aciona.

O USO DA ADRENALINA COMO MEDICAMENTO

A medicina utiliza a adrenalina para estimular o coração em caso de parada cardíaca e também para dilatar os pulmões em casos de ataques de asma aguda ou ainda para estancar hemorragias. Mas há estudos que indicam também a influência da adrenalina sobre a aprendizagem e a memorização. A ciência ainda sabe muito pouco como realmente funciona este mecanismo de guardar na memória o que aprendemos durante nossas vidas. Mas há comprovações da influência hormonal em nossa capacidade de fixar as experiências em nosso cérebro. A adrenalina seria um deles, o que poderia levar à prescrição da adrenalina sintética, ou exógena, para o tratamento de deficiência no aprendizado de crianças na fase escolar e a perda da memória na idade avançada. Contudo, estudos mostram que para esta adrenalina exógena ter efeito em nosso organismo é necessário uma ação conjunta da adrenalina fabricada naturalmente pelo corpo, a endógena. Mas não existe ainda no momento qualquer protocolo estabelecido e aceito para aplicação da adrenalina com este objetivo. Até porque há controvérsias sobre este benefício da adrenalina. Há estudiosos que defendem que altas doses de adrenalina podem afetar a área cerebral, encolhendo a região responsável pelas emoções e a memória. Além disso, os potenciais efeitos colaterais da adrenalina, tais como taquicardia, hipertensão, arritmia e palidez, são as principais preocupações do uso da adrenalina como medicamento.