Café: bebida que conquistou o mundo e com muitos benefícios para a saúde

Café: bebida que conquistou o mundo e com muitos benefícios para a saúde

Originário da Etiópia, na África, onde é conhecido como kahwah ou cahue, que significa força em árabe, o café chegou ao Brasil em 1727, trazido da Guiana Francesa pelo militar luso-brasileiro Francisco de Melo Palheta. Nessa época, o café já era uma bebida muito apreciada na Europa e com o seu plantio no Brasil viria também se tornar a bebida mais popular do país, além de causar uma verdadeira revolução em nossa economia. Em pouco tempo, nos tornamos os maiores produtores de café do mundo, gerando grande riqueza para uma nova classe de fazendeiros brasileiros, os barões do café. Atualmente, o Brasil continua sendo o seu maior fornecedor, respondendo por cerca de um terço da produção mundial.

O café já foi vendido como remédio nas farmácias

Além de ser uma bebida com aroma delicioso, as propriedades medicinais do café já eram conhecidas desde o século XVIII, quando os médicos da época o prescreviam em suas receitas e o paciente podia adquiri-lo em farmácias. O café é rico em vitamina B, lipídios e sais minerais e pode ajudar na prevenção de várias doenças, como o mal de Parkinson, o Alzheimer, a depressão, o diabetes e os cálculos biliares.

Veja os benefícios do café para a saúde

Doenças neurodegenerativas

Estudos têm demonstrado que a cafeína, substância estimulante encontrada no café, é eficaz na redução dos riscos de doenças neurodegenerativas como a Doença de Parkinson e o Alzheimer.  Nos testes, pessoas que consumiam pelo menos 3 a 4 xícaras de café por dia apresentavam um risco 5 vezes menor de desenvolver doenças neurodegenerativas do que os não consumidores da bebida. Isto acontece porque a cafeína aumenta os níveis de G-CSF no sangue, uma glicoproteína que estimula a medula óssea a produzir granulócitos e células-tronco. Quando esta proteína é liberada na corrente sanguínea evita o progresso de doenças neurodegenerativas, que ocorrem principalmente quando a pessoa começa envelhecer. Para ser eficiente contra estas doenças, o consumo de café deve ter início, preferencialmente, desde a infância, mas no máximo, na idade adulta, entre os 30 anos e 50 anos.

Depressão

Beber café estimula a a produção de endorfina, um hormônio que age como analgésico e regula as funções do sistema nervoso, tendo forte influência no humor, causando bem-estar e boa disposição. Estudos mostram também que o ácido cafeico possui efeito ansiolítico e antidepressivo, inclusive revertendo o risco de suicídio por causa da depressão.

Coração

Existem casos de pessoas que apresentam taquicardia quando consomem cafeína. Para estas é recomendado não beber café ou só tomar café com leite, com muito pouco café na mistura. Contudo, de modo geral, estudos mostram que não existe associação entre a ingestão de café e o aumento da pressão arterial, nem ação prejudicial da bebida para pessoas com doenças cardiovasculares, inclusive as que já passaram por cirurgias cardíacas. Mas como diz o velho ditado, a diferença entre o remédio e o veneno está simplesmente na quantidade. Portanto, a recomendação é beber café moderadamente, ingerindo, no máximo, 4 xícaras por dias.

Diabetes

Todos os estudos realizados até agora sobre a associação do café com o risco de desenvolver diabetes tipo II deram negativo. Ao contrário, os experimentos mostraram que as pessoas que tomam 4 xícaras de café por dia têm um risco significativamente menor de desenvolver diabetes em comparação com aquelas que consomem apenas 2 xícaras ou menos. Contudo, o café está geralmente associado ao açúcar para adoçá-lo. Este sim pode ser um complicador para aqueles que têm hábito de beber o famoso “cafezinho” o dia todo, principalmente durante o expediente de trabalho. Portanto, a recomendação é trocar o açúcar por um adoçante, de preferência um natural como os que são feitos de stévia. Mas já tem muita gente tomando café sem açúcar. É só uma questão de se acostumar.

Obesidade

A ingestão de 6 xícaras de café faz a pessoa queimar aproximadamente 100 calorias por dia. Portanto, o café é uma boa opção para uma dieta de emagrecimento. Isto acontece porque a cafeína tem efeito termogênico, isto é, aumenta a temperatura do corpo, levando ao aumento do consumo de calorias. Atualmente, um terço das crianças e jovens nas sociedades modernas apresentam obesidade, devido ao consumo de refrigerantes, amidos e massas, principalmente biscoitos, hambúrgueres e pizzas.  A recomendação dos nutrólogos é que os pais troquem os refrigerantes que mandam para a merenda escolar dos filhos por café com leite. Além de não engordar, o café com leite é mais nutritivo e saudável que qualquer outra bebida artificial ou natural existente.

Câncer

O consumo moderado de café pode estar associado a um menor risco de desenvolver câncer. O café estimula a produção de enzimas antioxidantes que combatem a degeneração celular e a formação de tumores. É importante ressaltar que a bebida não assegura que a pessoa não vai ter câncer. Elas apenas auxilia na prevenção, pois os fatores de risco são enormes e estão associados com muitas outras condições de falta de cuidados com o corpo.

Problemas respiratórios

Quem toma café diariamente tem 30% menos chance de desenvolver problemas respiratórios, como a asma, do que aqueles que não bebem. Além de seu efeito broncodilatador, a cafeína também reduz a fadiga dos músculos respiratórios,  problema relacionado tanto ao aumento da carga de trabalho do sistema respiratório quanto à diminuição ou interrupção do estímulo nervoso,  central ou periférico. Isto quer dizer que toda vez que a pessoa está muito nervosa ela fica também mais ofegante, aumentando a respiração. O café controla os impulsos nervosos fazendo a pessoa equilibrar o fluxo de ar para os pulmões.

Pedra nos rins

Pesquisas com mais de 200 mil participantes na Itália demonstraram que o consumo de café reduz em até 31% a chance de alguém ter cálculo renal. Isto acontece porque a cafeína deixa a urina mais diluída, o que evita a formação das pedras nos rins.

Café causa dependência?

Não existe nenhum estudo que comprove que a cafeína vicia. Drogas como a cocaína, morfina e nicotina ativam o circuito cerebral de dopamina que está relacionado ao ciclo de dependência e recompensa. Por isto, mesmo em  doses baixa, estas substâncias são viciantes. Estudos de mapeamento cerebral indicam que a cafeína não está ligada ao circuito de dependência do cérebro e, por conseguinte, não preenche os critérios para ser descrita como uma droga que causa dependência. Embora a interrupção abrupta do consumo de cafeína pode induzir sintomas de privação em algumas pessoas, estes são geralmente de curta duração e podem ser evitados pela redução progressiva da cafeína. Inclusive, o Comitê Antidoping Internacional tirou a cafeína da lista de drogas proibidas para atletas.