Coenzima Q10: conheça a molécula que ativa a produção de energia em nossas células

Coenzima Q10: conheça a molécula que ativa a produção de energia em nossas células

Embora se fale muito atualmente em suplementação da Coenzima Q10, é importante saber que ela é produzida naturalmente pelo nosso organismo e pode também ser encontrada em alguns alimentos, como a soja, amêndoas, amendoim, nozes, vegetais verdes como espinafre, couve e brócolis, carnes, aves e em peixes como cavala
e sardinha. O problema é que, com o avançar da idade, nosso corpo vai perdendo a capacidade de produção da Coenzima Q10 e a dose que se consegue obter com a ingestão de alimentos, cerca de 2-5 mg/dia, nunca é suficiente para suprir as necessidades do organismo. Isto porque apenas 10% do que é ingerido são absorvidos pelo intestino, uma vez que a Coenzima Q10 não é solúvel em água e suas moléculas são muito pesadas para serem quebradas durante o processo digestivo. Por isso, de acordo com avaliação médica, a suplementação pode se tornar necessária.

O que é e para que serve a Coenzima Q10

A Coenzima Q10 foi descoberta em 1957 pelo bioquímico norte-americano Fredrick Crane, que encontrou esta substância nas mitocôndrias do coração de um boi. As mitocôndrias são os “reatores” onde é produzida a energia dentro das células. O papel da Coenzima Q10 é ativar a produção de uma molécula chamada ATP (adenosina trifosfato) pelas mitocôncrias, principal forma de energia livre de que nossas células necessitam para realizar suas atividades. Ou seja, a Coenzima Q10 é essencial para nos manter fortes e saudáveis, uma vez que a saúde está diretamente relacionada com elevados níveis de energia corporal.

A Coenzima Q10, também conhecida pelo nome de ubiquinona, é ainda um poderoso antioxidante que atua limitando a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO), protegendo a célula do dano induzido por radicais livres. Ela está presente em todas as nossas células, mas em quantidade maior em alguns órgãos com maior necessidade energética, como o cérebro, músculos, fígado, rins e o coração.

Seu uso como suplementação oral tem sido indicado contra a fadiga, perda de memória, sintomas miopáticos em pacientes tratados com estatinas e em certas patologias, como a fibromialgia, além de pacientes infartados.

Ela também é capaz de proteger as lipoproteínas de baixa densidade (LDL) presentes no plasma e o DNA dos danos oxidativos. Possui ainda capacidade de regenerar antioxidantes como a vitaminas C.

Deficiência de Coenzima Q10

Com o passar do tempo, conforme envelhecemos, a produção de Coenzima Q10 pelo nosso organismo diminui cerca de 30-60%. O mesmo acontece em pessoas com cardiomiopatias e hipertiroidismo. Também aqueles que fazem exercício físico intenso e queimam muita energia corporal consomem bastante Coenzima Q10, necessitando reposição por meio de suplementação. Estudos mostram que a a redução na concentração da Coenzima Q10 está relacionada à severidade da insuficiência cardíaca.

Suplementação de Coenzima Q10

A Coenzima Q10 apresenta baixa toxidade e sua suplementação é segura, não gerando acúmulo plasmático ou tecidual após terminada a suplementação nem efeitos adversos graves, sendo que o nível de administração seguro observado foi de até 1200 mg/dia. Contudo, a recomendação médica é, em média, de 200 mg/dia. Uma coisa importante para o melhor aproveitamento da suplementação da Coenzima Q10 é que ela deve ser tomada durante ou logo após o almoço e o jantar, em duas doses diárias de 100 mg cada. Fora das refeições, ocorre uma perda muito grande da Coenzima Q10.

As reações adversas mais comuns verificadas em função da suplementação de Coenzima Q10 são náusea e desconforto gástrico, que desaparecem com a suspensão ou redução da dosagem.