As doenças do coração são a maior causa de morte no Brasil. E, quando não matam, é comum provocarem consequências graves, como a invalidez total ou parcial. Isso afeta não só a pessoa que adoece, mas também a família e a sociedade como um todo. Por isso, é necessário cuidar bem do seu sistema cardiovascular e tomar precauções que podem ser decisivas para evitar chegar a um infarto ou a tantos outros problemas que afetam o coração.
Mudar o seu estilo de vida
Temos que adotar novos hábitos para conquistar uma vida equilibrada e saudável. Isto é essencial para a saúde do coração. Fatores como o fumo, bebida em excesso, sedentarismo, estresse, etc., precisam ser combatidos ou abandonados. Temos também que incluir exercícios regulares em nossa rotina diária, além de uma alimentação saudável e um controle positivo das emoções. Mau humor, raiva, ira e ódio são fatores de alto risco para um infarto. Então comece logo a trabalhar suas emoções. Está comprovado que as emoções influenciam fortemente na saúde cardíaca. Sentimentos como estresse, solidão, raiva, angústia e depressão elevam a pressão arterial, causando danos ao organismo. Por sua vez, emoções positivas melhoram a saúde em geral, previnem doenças e até participam no processo de cura. Troque tudo isso por amor, afeto, carinho, calma e equilíbrio emocional. Isso sim é importante para o seu coração e para a saúde geral do seu corpo.
Mesmo tomando todos estes cuidados, nem tudo está resolvido. Alguns fatores de risco para o desenvolvimento de doenças do coração, tais como faixa etária, hereditariedade e sexo, estão relacionados às características biológicas e, por isso, não estão totalmente sob seu controle. Mesmo não sendo uma regra geral, conforme a idade avança ficamos mais suscetíveis a problemas cardiovasculares, principalmente os homens, que têm maior predisposição do que as mulheres. Histórico de problemas cardíacos na família é uma situação que exige atenção e acompanhamento médico desde a infância, pois muitas pessoas herdam esta propensão a distúrbios coronários.
O perigo das placas de gordura no sangue
A aterosclerose é o acúmulo de gordura nas paredes internas das artérias, causando o seu estreitamento e entupimento, o que atrapalha o bombeamento normal do sangue por essa região. Quando estas placas de gorduras, chamadas ateromas, atingem as coronárias o risco de enfarto é muito grande. Contudo, nem sempre as doenças são acompanhadas de sintomas. Assim, a prevenção é a melhor forma de se controlar os fatores de risco.
Por isso, devemos sempre saber como anda a nossa taxa de triglicérides, uma gordura derivada de carboidratos, fabricada e armazenada no fígado. Serve para nos fornecer energia quando não estamos alimentando e o organismo precisa oferecer calorias para nossas células. O problema é que o fígado tem uma pequena capacidade de armazenamento e quando o estoque de gordura ultrapassa este limite ele usa o LDL (o colesterol de baixa densidade) para levar os triglicérides para o sangue, independente de nossas células estarem precisando de energia. Quando o consumo de açúcares e carboidratos, que se transformam em glicose no sangue, são ingeridos em quantidades muitos maiores do que a quantidade de calorias que nosso organismo queima, ocorre então este problema. O fígado despeja o excesso de gordura no sangue, onde vai se transformar em placas de ateromas em nossas artérias. Daí a necessidade de um balanço alimentar para não ingerirmos calorias demasiadamente. E também mantermos atividades físicas diárias para queimar energia.
Fatores de risco que devem ser controlados
Obesidade
O sobrepeso é um dos maiores problemas atualmente em quase todos os países, atingindo inclusive crianças, onde a alimentação saudável foi substituída pela cultura dos fast-foods, refrigerantes e uma alimentação muito rica em doces e carboidratos. Além disso, passamos a viver muito sedentários, passando a maior parte do dia sentados, ou no sofá de casa, no escritório ou dentro de um carro no trânsito. Esta é uma fórmula perfeita para que o índice de massa corporal vá às alturas.
Estresse
O estresse é um gatilho para o desencadeamento de doenças cardiovasculares. Em situações estressantes, o organismo reage aumentando a frequência cardíaca e a quantidade de açúcar no sangue, entre outros. Essas situações podem propiciar o surgimento de doenças cardíacas, no caso de predisposição para distúrbios cardiovasculares ou diabetes.
Diabetes
O diabético possui um risco 2 a 3 vezes maior de desenvolver problemas cardíacos. Portanto, controlar as taxas de glicose no sangue é fundamental para evitar contrair a doença. Picos de glicose não significa que a pessoa é diabética. O principal indício do diabetes é a resistência das células à insulina. É esta substância que faz as células se abrirem para receber a glicose que será transformada em energia. Quando a insulina se torna incapaz de sensibilizar adequadamente as células é que se tem o início do diabetes tipo 2, que pode ser tratada com um controle rigoroso no consumo de açúcar e carboidratos. Outro problema é a produção inadequada ou nenhuma produção de insulina pelo pâncreas, acarretando o diabetes tipo 1. Isto acontece em decorrência de um defeito do sistema imunológico, fazendo com que nossos anticorpos ataquem as células que produzem a insulina. O diabetes tipo 1 ocorre em cerca de 5 a 10% dos pacientes com diabetes.
Fumo
A nicotina endurece os vasos sanguíneos, promovendo aumento da pressão arterial e diminuição da capacidade de transportar oxigênio para nossas células, incluindo as células do cérebro e do coração.
Pressão alta
O ideal é que a pressão arterial seja mantida em torno de 120 x 80 mmHg, ou seja 12 x 8. Níveis mais altos, 14 x 9 (140 x 90 mmHg) em diante, quando constantes podem levar à hipertensão, que é muito perigosa para o sistema cardiovascular.