A dieta cetogênica é feita de alto consumo de gorduras e de proteínas e baixa ingestão de carboidratos. Serve tanto para emagrecer quanto para tratamento da saúde, principalmente de diabéticos e portadores de câncer, Alzheimer e epilepsia. Ela funciona de uma forma muito simples. O açúcar que provém dos carboidratos é a fonte preferida de energia da maioria das nossas células, mas, na sua falta, elas começam a metabolizar as gorduras armazenadas em nosso corpo, moléculas chamadas de corpo cetônico, transformado-as em energia. Para entender melhor este processo é importante lembrar que quase toda a gordura que armazenamos é proveniente dos carboidratos e do açúcar em nossa alimentação, que dentro do nosso corpo se transformam em glicose. Quando ingerimos muitas massas, doces, frutas, vegetais ricos em carboidratos como a batata, refrigerantes e outras bebidas adoçadas enviamos para as nossas células uma fonte enorme de matéria-prima para que elas metabolizem e nos forneçam energia para o nosso organismo. O problema é que o nosso metabolismo tem um sistema de contabilidade muito interessante. Quando a entrada de açúcar e carboidrato é maior do que a nossa necessidade ele simplesmente manda este saldo para o fígado armazenar em forma de gordura, que é um estoque estratégico de energia para os períodos em que passamos sem nos alimentar. O problema começa quando a sobrecarga fica alta demais e nem o fígado tem mais espaço para guardar tanta gordura. Então, ele passa a liberar este estoque para as nossas células. O que não é consumido passa a ser armazenado em diversas partes do nosso corpo, principalmente o abdômen, causando o tão indesejável sobrepeso. Ou seja, a pessoa engorda e começa a entupir suas veias e artérias com placas de gordura.
Portanto, o princípio básico da dieta cetogênica é muito parecido com o da dieta low carb, isto é, ambas se baseiam em consumo muito baixo de calorias. Normalmente, devemos ingerir em média, na idade adulta, cerca de 2.500 calorias diárias, considerando uma pessoa pesando entre 60 a 70 quilos e uma altura de 1,6 m a 1,7 m. Existem tabelas que mostram o valor exato do consumo de calorias para cada relação entre peso e altura. Quando ingerimos algo próximo ao valor de calorias de nossa faixa de peso e altura nosso peso se mantém. Se aumentarmos o consumo, engordamos e se reduzirmos iremos emagrecer. É matemático, exceto se tivermos problema em nosso metabolismo.
Então, para começar na dieta cetônica, é preciso cortar em 100% o açúcar de sua alimentação e consumir muito pouco carboidratos. A ingestão de proteínas será aumentada para compensar esta perda de fornecimento de fonte de energia primária para nossas células, que é a glicose. Numa dieta normal, o principal papel das proteínas é atuar em vários processos em nosso organismo, como, por exemplo, a formação de nossa musculatura. Então, não podemos deixar faltar proteínas para que elas continuem cumprindo este papel tão importante. Assim, temos que passar a consumir mais alimentos proteicos, como carne, ovos e peixes e também gorduras saudáveis, como a banha de porco, manteiga, óleo de coco e azeite de oliva. Alguns cardápios de dieta cetogênica recomendam também bastante embutidos (presunto, bacon e linguiça), mas estes devem ser consumidos com moderação, pois são produtos processados e não naturais. Outra fonte importante de alimentos da dieta cetogênica são as saladas com vegetais de baixa caloria, como espinafre, alface, tomate, pepino, brócolis, couve-flor, palmito, cebola, repolho e outros.
É preciso também tomar cuidado com os cardápios que prometem emagrecimento muito rápido. Nenhuma dieta saudável pode queimar muito peso em pouco tempo. É um processo gradual. O ideal é 2 kg por mês. A pior situação é o efeito sanfona. A pessoa começa uma dieta muito restritiva, depois não aguenta e volta a comer muito e a balança estoura de novo. A recomendação é que você coma bem, sem sair da mesa com fome mas também sem a aquela sensação de barriga cheia. Nada de repetir. Coma uma vez só.
COMO A DIETA CETOGÊNICA AJUDA NO TRATAMENTO DE DOENÇAS
A epilepsia é uma doença neurológica caracterizada por crises recorrentes, causada pode desequilíbrios nas funções neurais do cérebro que provocam crises de convulsões, incluindo perda de consciência e movimentos bruscos irregulares. Estas crises ocorrem por uma ativação descontrolada do sistema nervoso central, provocada por causas não muito conhecidas. Estudos médicos vêm demonstrando que a dieta cetogênica tem se mostrado muito eficaz na redução das crises epilépticas, principalmente em crianças, que geralmente não obtém bons resultados com os medicamentos para este mal. Possivelmente, porque a glicose tem um efeito excitante em nosso cérebro.
No caso do Alzheimer, vários pesquisadores já chegaram à conclusão que se trata de um tipo de diabetes do cérebro, ou seja, nossas células cerebrais se tornam insensíveis à insulina, provocando necrose de áreas que levam à demência e à morte. Portanto, a dieta cetônica atua tanto no tratamento do Alzheimer quanto no diabetes, reduzindo os níveis de glicose em nosso organismo.
No câncer, então, a dieta cetônica exerce um papel decisivo na cura doença. É estranho como muitas pessoas em tratamento de quimioterapia não recebem qualquer orientação nutricional no sentido de cortar as fontes de calorias de sua alimentação. A pessoa está tomando os medicamentos e também ingerindo refrigerantes, doces e comendo carboidratos à vontade. O problema é que a célula cancerígena se alimenta exclusivamente de glicose e, portanto, quanto mais calorias a pessoa doente ingere mais fornece energia para o câncer resistir a qualquer tratamento e continuar crescendo. Cortar a glicose é matar o câncer de fome.
ALIMENTOS PRESCRITOS NA DIETA CETOGÊNICA
- Carnes, aves e peixes
- Ovos
- Embutidos (presunto, linguiça, bacon)
- Óleos saudáveis
- Queijos
- Creme de leite
- Iogurtes sem açúcar
- Amendoim, castanhas, nozes
- Vegetais com pequenas porcentagens de carboidratos
- Bebidas como café e chá devem ser ingeridas sem açúcar
ALIMENTOS PROIBIDOS
- Arroz, milho, feijão, soja
- Massas e pães
- Frutas com alto teor de açúcar
- Doces em geral
- Alimentos industrializados
- Cereais
- Tubérculos ricos em carboidratos, como batata, mandioca e beterraba