Na definição da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão federal que regulamenta o comércio de remédios no país, “são considerados medicamentos fitoterápicos os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais”. O ser humano sempre recorreu às plantas medicinais para cuidar da saúde. A natureza é a grande farmácia onde podemos encontrar a cura para todas as doenças. Os pajés indígenas eram os mais respeitados numa tribo devido ao seu conhecimento das ervas. Até hoje, no mundo todo, curandeiros continuam atuando ao lado da medicina oficial e continuam sendo respeitados pela população, sobretudo os sertanejos. Embora a maioria dos médicos veja com desconfiança o uso de plantas no tratamento de seus pacientes e, pelo protocolo da medicina, sejam até mesmo proibidos de prescrever ervas, elas continuam sendo empregadas largamente seguindo a tradição da sabedoria popular. Que as ervas curam é indiscutível, o problema é que o emprego das plantas medicinais apresenta dois tipos de situações bem complicadas. A primeiro é que as plantas não são tão inocentes assim. Todas contém diversos princípios ativos, alguns perigosos para a nossa saúde. No uso direto das ervas é impossível separar os princípios ativos e só tomarmos aquele que precisamos e que é benéfico para o tratamento. Portanto, o chá de ervas deve ser usado com muita precaução. A segunda situação é conseguir dosar o medicamento, ou seja, quanto devemos tomar exatamente para alcançar o efeito desejado. E aí que entra a ciência, fazendo uma ponte entre a natureza e a tecnologia para a fabricação dos medicamentos fitoterápicos.
Primeiro, se pesquisa uma erva para separar todos os seus princípios ativos. Em seguida, faz-se a classificação desses princípios ativos para saber quais servem para cada tipo de tratamento e em qual dosagem devem ser administrados. Muitas vezes, dois ou mais princípios ativos de plantas diferentes são associados para se obter o medicamento. Depois, estas formulações são registradas na ANVISA, que analisa a validade da fórmula para liberar a sua venda nas farmácias. É assim que as plantas medicinais chegam até a nós na medida certa. Quando adquirimos um fitoterápico recebemos também uma bula que nos explica tudo sobre o medicamento. As dosagens, os efeitos esperados e também as contraindicações.
Os fitoterápicos, em geral, são medicamentos mais caros que os alopáticos, pois o custo de sua produção é muito maior do que os remédios feitos de drogas químicas. Mas vale a pena fazer um sacrifício e pagar o preço, pois eles representam o maior avanço da medicina para a cura natural de todas as doenças.
MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS
Nossa intenção não é fazer propaganda de nenhum dos medicamentos fitoterápicos que apresentaremos na listagem abaixo, nem de recomendar a sua prescrição, a qual deve ser de responsabilidade do seu médico. O objetivo é meramente informativo.
» ELIXIR PAREGÓRICO: um dos fitoterápicos mais antigos e indicado como antiespasmódico, contra gases, dores estomacais e intestinais. É também muito eficiente no controle das diarreias. É uma tintura canforada de ópio, substância derivada da planta papoula, a Papaveraceae.
» UMCKAN: é um extrato retirado das raízes da planta Umckaloabo, cujo nome científico é Pelargonium sidoides. É indicado para infecções do trato respiratório, ouvido, nariz e garganta, tais como rinofaringite e amigdalite (inflamações da garganta), sinusite e bronquite, incluindo tosse seca e tosse com catarro.
» PROSTEM PLUS: é um preparado combinado das plantas Pygeum africanum, conhecida como madeira-de-ferro, cereja-africana e ameixa-seca, e a Urtica dioica, a famosa urtiga. Seu uso é indicado para o tratamento dos transtornos funcionais causados pela hiperplasia benigna da próstata (hipertrofia prostática ou HBP).
» SEAKALM, MARACUGINA e PASSIFLORINE: estes dois medicamentos, extraídos da planta Passiflora incarnata L, servem para o mesmo objetivo: atuam no sistema nervoso central, produzindo efeito sedativo e prolongando o período de sono.
» GAMALINE V: o óleo de Borago officinalis é indicado para auxiliar no tratamento dos sintomas da TPM, como dor nas mamas, dor de cabeça, cólicas ou cansaço, em mulheres. Além disso, é empregado bo tratamento do eczema atópico.
» CATUABA: a Anemopaegma mirandum é empregada como tônico estimulante utilizado como afrodisíaco, para aumento da libido e impotência sexual. Estimula o sistema nervoso central, combatendo fadiga, insônia e a falta de memória.
» GINKGO BILOBA: de 35 estudos realizados com o Ginkgo biloba, incluindo 3541 participantes, 33 encontraram efeitos positivos no tratamento da doença de Alzheimer, demência, zumbido, doença vascular periférica (claudicação intermitente), asma e depressão. Este fitoterápico promove o incremento do suprimento sanguíneo cerebral através da vasodilatação e redução da viscosidade sanguínea, além de reduzir a densidade dos radicais livres de oxigênio nos tecidos nervosos.
» GINSENG: é indicado para aumentar a capacidade física e intelectual nos estados de esgotamento e fadiga.
» HEDERA HELIX: medicamento extraído das folhas da planta conhecida popularmente como Hera sempre-verde. Possui efeito mucolítico e expectorante, ou seja desagarra o catarro dos brônquios e os expele, combatendo a tosse.
» CASTANHA DA ÍNDIA: a Aesculus hippocastanum L., nome científico da planta, é usada para combater a queda de cabelos e a insuficiência venosa, varizes que comumente afetam as pernas.
» ALCACHOFRA: a Echinacea purpurea é usada no tratamento dos sintomas de dispepsia (sensação de desconforto digestivo, estomago pesado, que ocorre após as refeições) e também de hipercolesterolemia (elevação patológica da taxa de colesterol no sangue) leve a moderada.
» VALERIANA: a Valeriana officinalis tem efeito calmante e antiespasmódico. É utilizada para controlar estados de tensão, estresse, distúrbios do sono, ansiedade pré-menstrual e outros estados de ansiedade.
» BABOSA: a Aloe vera é empregada para tratamento de queimaduras de primeiro e segundo graus e também como cicatrizante. Fortalece os cabelos.
» CALENDULA: a flor da Calendula officinalis é usada para o tratamento de lesões da pele e mucosas, promovendo a cicatrização e modulando os possíveis focos inflamatórios.
A lista dos fitoterápicos é grande. Portanto, como o objetivo deste post não é fazer um manual de fitoterápicos, relacionaremos os links onde você pode encontrar mais informações sobre estes medicamentos, incluindo o nome de outros fitoterápicos já reconhecidos oficialmente pela ANVISA e também a resolução que regulamenta a produção deles no país.
» Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira – 1ª edição – ANVISA
» Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira – 1ª edição – ANVISA