Imunidade natural é aquela que já nascemos com ela. É o sistema de defesa sem o qual um bebê morreria rapidamente ao nascer, atacado por inúmeros patógenos que o cercam desde o momento do parto, como vírus, bactérias e fungos, por exemplo. Já a imunidade adquirida, como o próprio nome diz, é desenvolvida gradativamente em nosso organismo à medida que o corpo vai sendo atacado por estes microrganismos e nosso sistema imunológico reage a eles. A cada ataque de um agente infecioso o sistema imune vai produzindo leucócitos específicos para cuidar deles e seu reconhecimento vai sendo armazenado em nossa memória imunológica. Assim, vamos sendo imunizados contra as doenças que estes patógenos provocam.
IMUNIDADE NATURAL, A FORTALEZA DO NOSSO ORGANISMO
É de suma importância que nosso corpo possua uma imunidade natural vigorosa e forte o suficiente para nos defender do primeiro contato que temos com os agentes infeciosos que nos atacam. Pois mesmo ao longo da vida, depois que já desenvolvimentos uma grande memória imunológica vamos sempre nos defrontar com novas variedades de vírus, bactérias e fungos, como está acontecendo agora com o corona vírus, que foi transmitido aos humanos pela ingestão de morcegos na China. Ou também pelo ataque de patógenos mutantes, como o qual nosso organismo já teve contato no passado, mas que voltaram a nos atacar agora mais resistentes.
Se a imunidade natural estiver mais forte que estes microrganismos invasores vamos sempre ganhar a batalha. Do contrário, teremos um problema muito sério de infecção e teremos que recorrer a medicamentos para combatê-los, como os antibióticos para as bactérias e fungos e os antivirais para vírus. Um grande problema hoje de saúde pública mundial é que o uso indiscriminado, por automedicação ou mesmo por prescrição médica, está tornando estes medicamentos ineficazes contra patógenos que foram adquirindo resistência à sua ação. Em 2019 foi soado um alerta pela Organização Mundial de Saúde que mobilizou o Ministério da Saúde brasileiro em uma campanha de conscientização sobre esta medicação indevida.
A maneira correta de cuidar do sistema de defesa natural é mantendo nossa concentração de vitamina D3 em níveis adequados, cujo ideal é, no mínimo, de 40 nanogramas/ml. Os laboratórios de análise clínica no Brasil, seguindo recomendação de 2017 da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, mudaram o valor de referência da vitamina D, baixando para 20 nanogramas/ml. Contudo, nos Estados Unidos o valor antigo continua sendo mantido e é ainda apontado por vários infectologistas brasileiros como sendo realmente o recomendado. É importante saber que a dose tóxica da vitamina D é de 50 mil UI por dia. Mas, como nosso organismo produz vitamina D a partir da exposição ao sol temos um mecanismo de controle que desliga essa produção quando atingimos o nível de 20 mil UI, para evitar que uma pessoa que passa várias horas diárias no sol acabe se intoxicando com a vitamina D. Existe um conceito falso de que a vitamina D3 é cumulativa. Não é. A D3 depois que atinge o nível adequado no corpo ela se estabiliza.
Embora seja chamada de vitamina, a D3 é na verdade um hormônio, pois nosso corpo não produz vitaminas. No entanto, basta apenas dez minutos de banho diário de sol, preferencialmente no horário entre 10 horas e meio-dia, sem uso de protetor solar e deixando nossa pele exposta aos raios UV, para o nosso organismo produzir 20 mil UI de vitamina D3. Infelizmente, as pessoas passaram equivocadamente a ter medo de tomar sol por causa de câncer de pele ou só tomam sol com protetor solar. O filtro solar fator 8, por exemplo, bloqueia 80% da absorção de raios UV pela nossa pele. Com isto, os níveis de vitamina D no organismo vem caindo perigosamente, pois a alimentação é responsável por uma quantidade pequena de absorção da vitamina D pelo organismo. No caso de suplementação, a dosagem máxima recomendada é de 10 mil UI por dia.
IMUNIDADE ADQUIRIDA: COMO FUNCIONA
O método natural do nosso corpo para criar a imunidade adquirida é combatendo os patógenos que nos infectam. A cada enfrentamento vamos criando células especializadas no combate a um tipo de invasor. É como na polícia, onde existe uma tropa de choque e outras que se especializaram num tipo de crime. Outra forma muito utilizada é o uso de vacinas, que contêm um vírus enfraquecido o suficiente para não nos adoecer, permitindo que o sistema imunológico aprenda a lidar com ele e armazene sua identificação na memória. Assim, quando um vírus que está presente no meio ambiente nos atacar nosso organismo consegue rapidamente identificá-lo e colocar em ação as células especializadas no seu combate, que são chamadas de anti-corpos. No caso de bactérias, o problema não é a sua presença no organismo, mas as toxinas que elas produzem. Então, o que a vacina faz neste caso é desenvolver no sistema imune anticorpos contra as toxinas. Portanto, a vacina não é em si própria uma imunizadora de nosso organismo contra os patógenos que ela carrega. Ou seja, não significa que pelo simples fato de uma pessoa tomar a vacina ela já está imunizada. O que a vacina faz é estimular o nosso sistema imunológico a produzir anticorpos que irão nos defender contra doenças que eles provocam. Então, é preciso que a imunidade nata da pessoa esteja forte para responder ao estímulo das vacinas. Para quem está debilitado, com imunidade natural muito baixa, essa resposta não será adequada para que ela fique realmente imunizada. Esta é a realidade.
Um fato interessante sobre a imunidade adquirida é que os seres vivos têm a capacidade de transmitir para a imunidade natural de seus descendentes uma boa parte dela, tornando assim, geração após geração, uma espécie mais forte contra as doenças infecciosas. Também na amamentação, principalmente nos primeiros dias pós-parto, a mãe transmite para o filho recém-nascido uma quantidade enorme de anti-corpos por meio do leite. Os indígenas que habitavam o continente americano eram muito fortes mas não tinham resistência nenhuma contra a gripe ou a tuberculose, pois estes vírus não existiam aqui antes da chegada dos colonizadores europeus. E foram estas duas doenças que realmente dizimaram a maioria dos índios. Até hoje, se trouxermos para a cidade um índio que vive isolado na Amazônia, que nunca teve contato com a nossa civilização, ele morrerá rapidamente de doenças infecciosas como a gripe e a tuberculose, embora lá na selva ele seja muito resistente a doenças como a malária, que para nós pode ser fatal para quem não é vacinado.
FATORES QUE ENFRAQUECEM O SISTEMA IMUNOLÓGICO
Doenças infecciosas, problemas pulmonares, doenças cardíacas, deficiência renal (principalmente com hemodiálise), câncer, AVC, Alzheimer, diabetes, depressão, insônia, negativismo, tabagismo, alcoolismo, uso de drogas, alimentação com poucos nutrientes antioxidantes, deficiência de vitamina D e idade avançada (à medida que envelhecemos vamos reduzindo nossa capacidade de produzir anticorpos, embora haja exceções) são os principais fatores de enfraquecimento de nosso sistema imunológico. E um sistema imunológico enfraquecido é a porta de entrada para as doenças. Cuide diariamente de seu sistema imunológico e garanta uma existência saudável ao longo de toda a sua vida.