Elas estão em toda parte. No celular, no computador, no microondas, geladeiras, no rádio, na tv, na energia elétrica, no raio-x e até mesmo nas descargas atmosféricas. O modo de vida moderno depende delas para quase tudo e o tempo todo. Mas como tudo tem um preço, pagamos caro por toda essa propagação de ondas eletromagnéticas, que entram em nossa casa e em nosso corpo independente da nossa vontade, mesmo que não tenhamos contato com nenhum desses aparelhos. Ondas eletromagnéticas atravessam paredes, exceto se fossem revestidas de chumbo, e percorrem todo o planeta e também se dispersam para o cosmos, pois se propagam inclusive no vácuo. Não importa onde você esteja, ninguém está a salvo. Todas as populações estão agora expostas a diferentes graus de campos eletromagnéticos, cujos níveis de emissão continuarão a aumentar à medida que a tecnologia avança.
Mas, afinal, o que são ondas eletromagnéticas?
São partículas de energia que se propagam em dois campos ou pontos do espaço, um elétrico e outro magnético. O campo elétrico é a força gerada pela ação de cargas elétricas positivas e negativas, como elétrons, prótons e nêutrons, que se desprendem de átomos por atração ou repulsão. E campo magnético é o poder de atração (magnetismo) exercido pelo núcleo (prótons e nêutrons) de determinados átomos que têm a maior parte de seus elétrons girando na mesma direção, como é o caso do imã.
QUE PERIGO AS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS REPRESENTAM PARA NOSSA SAÚDE?
As ondas eletromagnéticas podem emitir ou não calor. Essas que não emitem calor são consideradas as mais perigosas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), devido ao risco de gerar alterações biológicas nos seres vivos, principalmente câncer, uma vez que as emissões afetam nossas células e podem danificar o DNA. O Conselho Europeu também reconheceu o perigo potencial das ondas eletromagnéticas e, por isto, recomenda em sua Resolução 1815/2011 uma exposição mínima a essas ondas e também evitar exposições desnecessárias enquanto existir incerteza científica sobre os seus reais efeitos sobre a saúde dos seres humanos. Determina também especialmente a proteção das crianças e os jovens, grupos mais vulneráveis a tumores cerebrais causados pela exposição a ondas eletromagnéticas.
Outro problema relacionado à emissão de ondas eletromagnéticas é que existe um grande número de pessoas “eletro sensíveis”, que sofrem de uma síndrome de intolerância a campos eletromagnéticos. Mas a questão sem resposta até agora é “como criar áreas livres de ondas para elas?”. Seria quase como criar um mundo paralelo, talvez isolado por um domo impenetrável às ondas eletromagnéticas. Uma verdadeira utopia.
Vamos relacionar os principais posicionamentos do Conselho Europeu em relação às ondas eletromagnéticas:
✗ tomar todas as medidas razoáveis para reduzir a exposição aos campos eletromagnéticos, especialmente para as radiofrequências de telefones móveis, os celulares
✗ reconsiderar a base científica para as atuais normas de exposição a campos eletromagnéticos estabelecidas pela Comissão Internacional de Proteção Contra as Radiações Não-Ionizantes, que têm sérias limitações, e aplicar os princípios de “tão baixo quanto razoavelmente possível” (princípio ALARA), abrangendo tanto os efeitos térmicos e atérmicos ou biológicos das emissões ou radiações eletromagnéticas
✗ disponibilizar informação e campanhas de sensibilização sobre os riscos potencialmente prejudiciais a longo prazo dos efeitos biológicos no ambiente e na saúde humana, especialmente dirigidas às crianças, adolescentes e jovens em idade reprodutiva
✗ prestar especial atenção às pessoas “eletro sensíveis”
✗ a fim de reduzir custos, economizar energia e proteger o meio ambiente e a saúde humana, intensificar a investigação sobre novos tipos de antenas e aparelhos de telefones móveis que sejam tão eficientes, mas tenham menos efeitos negativos sobre o meio ambiente e a saúde
✗ definir limites preventivos para os níveis de exposição a longo prazo para microondas em todas as áreas internas das residências, em conformidade com o princípio da precaução, não superior a 0,6 volts por metro, e no médio prazo, para reduzi-los a 0,2 volts por metro
✗ realizar procedimentos adequados de avaliação de risco para todos os novos tipos de dispositivos antes do licenciamento para sua comercialização, como é o caso dos novos aparelhos de celulares e microondas
✗ introduzir nos aparelhos uma rotulagem clara, indicando a presença de campos eletromagnéticos, a potência de transmissão ou a taxa de absorção específica do aparelho e quaisquer riscos de saúde associados à sua utilização
✗ aumentar a conscientização sobre os riscos potenciais à saúde dos telefones sem fio tipo wi-fi, comunicadores de bebê e outros eletrodomésticos que emitem ondas de pulso contínuo, inclusive em estado de espera
✗ recomendar o uso do telefone fixo com fio em casa ou modelos móveis que não emitem ondas pulsadas de forma permanente
✗ no caso de uso de wi-fi, desligar os roteadores no horário noturno em que as pessoas estão dormindo
✗ dar preferência a conexão por cabo em computadores domésticos
Dentre os vários problemas mencionados, a Organização Mundial de Saúde apontou ainda os seguintes problemas de saúde que as ondas eletromagnéticas podem causar ao corpo humano:
✗ Danos no sistema nervoso central: o sistema nervoso é muito sensível à função da radiação eletromagnética. Quando este é afetado repetidamente apresenta mudanças com o surgimento da síndrome de neurastenia, com os sintomas básicos de dor de cabeça, tonturas, incapacidade de raciocinar, redução da memória, distúrbio do sono noturno, sonolência durante o dia, desanimo, palpitação, peito entupido, perda do cabelo e dificuldades de locomoção motora
✗ Danos à função imunológica do organismo: reduzem a resistência do organismo a elementos patogênicos. Em outras palavras, há uma elevada redução da capacidade da função de defesa do organismo
✗ Influência no sistema cardiovascular: a radiação eletromagnética pode também afetar o fluxo do sangue nos vasos sanguíneos, causando flutuação da pressão arterial. Se a função de ajuste autônoma dos nervos fica sob influência, as pessoas podem apresentar redução das batidas do coração ou taquicardia, que é o batimento acelerado a mais de 100 batidas por minuto
✗ Influência no sistema sanguíneo: em função da radiação eletromagnética, a situação do sangue pode apresentar a instabilidade dos leucócitos, glóbulos brancos, com tendência a apresentar leucopenia, que é a redução de leucócitos no sangue, os quais são responsáveis pela defesa do organismo
✗ Influência nos sistemas reprodutivos e hereditariedade: o contato de pessoas do sexo masculino com o gerador de ondas ultracurtas pode apresentar impotência sexual, sendo que no caso feminino podem ocorrer desordens no ciclo menstrual, além de infertilidade no processo de ovulação
✗ Influência na visão: devido à grande umidade na região dos olhos, tal fator propicia a absorção da radiação eletromagnética, considerando ainda que devido ao fluxo sanguíneo ser baixo nesta região a temperatura do olho é fácil de elevar. Tal fenômeno é uma das principais condições para a ocorrência da catarata. A maioria dos estudiosos acredita que a baixa intensidade das microondas pode acelerar a redução do campo da visão criando assim certos distúrbios visuais. Além disso, a exposição à radiação eletromagnética de baixa intensidade por longo prazo pode fazer com que os olhos fiquem ressecados e desconfortáveis.
✗ Radiação eletromagnética cancerígena: a maior parte dos experimentos em animais comprova que a exposição a microondas pode transformar células normais em células cancerígenas. Foi constatado através de experimentos que a radiação eletromagnética induzida pode ocasionar uma mudança súbita no cromossomo humano.
TECNOLOGIA 5G: O MAIOR PERIGO QUE NOS RONDA
O 5G, ou Quinta Geração de Internet Móvel, se encontra em fase de testes para substituir a atual 4G. Sua velocidade será de até 100 gigabits por segundo, ou seja, 100 vezes mais rápida do que a da 4G. Os Estados Unidos e a China estão em disputa pela supremacia nesta nova tecnologia que promete revolucionar a internet. Filmes ou músicas poderão ser baixados em milésimos de segundo e grande número de usuários poderão estar interconectados simultaneamente por videoconferências sem que estas caiam ou se distorçam. Tudo muito bonito, mas a pergunta é “quanto mais vai nos custar esta evolução?”. Por que a tecnologia 5G representa um novo perigo para a vida?
O maior problema que envolve esta tecnologia é que para operar velocidades tão altas de transmissão de dados haverá necessidade de uma proliferação de alta densidade de transmissores por metro quadrado com ondas eletromagnéticas centenas de vezes maiores que as atuais 4G. São transmissores compactos, que cabem dentro de uma mala, muito fáceis de serem instalados. Ou seja, muito mais do que hoje seremos saturados noite e dia pela radiação de altíssimas frequências, que irão causar também danos às fracas ondas eletromagnéticas que norteiam os voos dos insetos. As abelhas, por exemplo, ficarão perdidas e não saberão como voltar para as colmeias. Será um impacto sem precedentes ao meio ambiente terrestre.
Mas por trás do 5G estão poderosos grupos empresarias de telecomunicações, como a gigante Huawei chinesa, que lidera o desenvolvimento desta nova tecnologia, que irão faturar trilhões de dólares com a sua comercialização, que irá permitir a implantação da internet em praticamente todos os aparelhos e que, por isto, é também chamada de a “internet das coisas ou a internet dos objetos”. A 5G já está próxima de ser lançada comercialmente. O novo padrão foi aprovado em junho de 2019. Contudo, 180 cientistas de 35 países, entre eles o Brasil, se mostram preocupados sobre as consequências desta tecnologia para a saúde humana. Eles subscreveram um documento escrito pelo professor Lennart Hardell, do departamento de oncologia da Faculdade de Medicina e Saúde de Örebro, na Suécia, afirmando textualmente que a exposição a ondas eletromagnéticas do tipo que serão usadas pelo 5G podem ter consequências perigosas desconhecidas, pois ainda não foram testadas a longo prazo. Segundo o texto, estes “efeitos incluem aumento do risco de câncer, estresse celular, aumento de radicais livres prejudiciais, danos genéticos, mudanças estruturais e funcionais do sistema reprodutor, déficit de aprendizado e memória, desordens neurológicas e impactos negativos no bem-estar geral dos humanos”.