A vesícula é um órgão bem pequeno, medindo entre 7 e 10 cm de comprimento. Está localizada logo abaixo do lado direito do fígado. É ela que armazena a bílis que este órgão produz, cerca de 50 ml, para atuar na digestão de proteínas e gorduras que chegam ao intestino através da alimentação. Por isso, possui uma tonalidade verde escuro. É, portanto, um órgão muito importante que, infelizmente, acaba sendo extraído de um grande número de pessoas. A retirada da vesícula é o segundo tipo de cirurgia mais frequente, ficando atrás apenas das operações de hérnia. O motivo é a formação de pedras, ou cálculos, na vesícula, problema mais comum nas mulheres após os 40 anos, problema que pode acarretar o câncer neste órgão.
Causa de pedra na vesícula
A bílis é formada por água, bicarbonato de sódio, sais biliares, pigmentos como a bilirrubina, gorduras, sais inorgânicos e colesterol. Quando se juntam, os sais biliares e o colesterol dão origem aos cálculos na vesícula, que podem ser assintomáticos mas também causadores de dores intensas, que são ainda piores quando ficam presas no duto biliar, bloqueando o fluxo da bile para o fígado. Além disso, quando não ocorre a excreção adequada da bile, há acúmulo de bilirrubina no sangue e a presença de icterícia (coloração amarelada da pele e das mucosas), problema grave que pode matar se o problema não for corrigido a tempo.
A formação das pedras na vesícula ocorrem, geralmente, devido a uma alimentação muito rica em gorduras e carboidratos e pobre em fibras. Mas existem também outros fatores que podem levar à formação de cálculos na vesícula, tais como falta de exercício físico, obesidade, tabagismo, diabetes, pressão alta, níveis elevados de estrogênio, principalmente pelo uso de anticoncepcionais, daí o número de pedras na vesícula ser maior nas mulheres, e também a predisposição genética. Estes problemas acarretam uma alteração na composição da bile, que faz o colesterol e os sais biliares se juntarem, dando formação às pedras. O exame para se detectar os cálculos na vesícula é feito através de ultrassonografia.
Portanto, a melhor forma de prevenir os cálculos na vesícula é mudar os seus hábitos de vida, principalmente com uma alimentação rica em fibras, atividade física, controle da glicemia e da pressão arterial, abandonar os cigarros e, no caso das mulheres, não tomar anticoncecionais com muito estrogênio.
Tratamento
A forma mais comum de acabar com as pedras na vesícula é a colecistectomia, que consiste na retirada do órgão. Antes esta cirurgia era feita com barriga aberta e atualmente através de videolaparoscopia, uma técnica minimamente invasiva, que permite realizar o procedimento sem a necessidade de fazer grandes cortes abdominais. Desse modo, a recuperação do paciente é mais tranquila e rápida. Contudo, exige também anestesia geral.
Sem a vesícula, o fígado continua produzindo a bile, que é liberada no intestino por meio de um canal natural que liga os dois órgãos. O mais interessante é que, com o tempo, esse canal começa a formar uma “bolsa” para armazenar a bile e fazer o papel da vesícula retirada.
Existe algum tratamento natural para acabar com as pedras na vesícula?
Os indígenas usam uma fórmula bem simples para tratar deste problema. Pegam um caroço de abacate e deixam secar totalmente durante sete dias. Depois ralam o caroço bem fininho sem a casca que o envolve. Toda noite antes de dormir tomam uma xícara de água morna misturada com uma colher de chá do pó de caroço do abacate até a eliminação total das pedras, que pode ocorrer entre três a cinco dias.
Riscos de cálculos na vesícula
As consequências de pedra na vesícula podem ser muito graves e até mesmo acarretar a morte de uma pessoa. São elas:
- colecistite aguda – ocorre quando um cálculo (pedra) obstrui o ducto cístico causando inflamações e acúmulo de pus, peritonite (inflamação do peritônio – tecido que reveste a parede interna do abdômen) ou acúmulo de muco
- fístulas (perfurações) para o intestino delgado ou cólon causando obstrução intestinal (íleo biliar), sangramento e infecções
- coledocolitíase (cálculos no duto que transporta a bile)
- colangite e papilites (inflamação das vias biliares)
- pancreatite (inflamação no pâncreas), com um índice de mortalidade nesses casos de 7 a 15%
Não deixe de procurar um médico imediatamente quando começar a sentir dores provocadas pelos cálculos na vesícula, que se irradiam para cima do estômago, do tórax ou para as costelas.