Mineral essencial, o potássio tem muitos benefícios para a saúde

Mineral essencial, o potássio tem muitos benefícios para a saúde

O potássio foi descoberto em 1807 pelo químico britânico Humphry Davy. É um dos minerais essenciais para a saúde humana e também o terceiro mais abundante no corpo, depois do cálcio e do fósforo. Atua, principalmente, no funcionamento normal das células, nervos e músculos e também como eletrólito, minerais que diluídos no sangue conduzem eletricidade dentro do corpo. É através dessa carga elétrica que o cérebro se comunica com todas as nossas células.  O nível normal de potássio é de, no mínimo, 140,4 miligramas e, no máximo, 214,5 miligramas por litro de sangue. Como o corpo humano possui 5 litros de sangue, nosso volume total de potássio na corrente sanguínea deve ser, então, no mínimo, de 701 miligramas e, no máximo, de 2.145 miligramas. Acima disso teremos uma hipercalamia e abaixo a hipocalemia. Ambas podem acarretar consequências graves para a saúde. É importante ressaltar que o restante do potássio que ingerimos vai para dentro das células.

Quanto ingerir de potássio por dia

Em condições normais, uma pessoa adulta deve ingerir cerca de 4.700 miligramas de potássio por dia.  O consumo infantil depende da idade da criança. Entretanto, estudos mostram que a ingestão de potássio na dieta de muitas sociedades modernas é muito mais baixa do que o valor recomendado. Uma baixa ingestão de potássio pode levar à disfunção muscular, que, se não tratada, pode resultar em insuficiência respiratória e até em parada cardíaca, pois a disfunção muscular afeta o funcionamento normal dos pulmões e do coração.

IdadeNível adequado de ingestão de potássio de acordo com faixa etária (mg/dia)
0 – 6 meses400
7 – 12 meses700
1 – 3 anos3.000
4 – 8 anos3.800
9 – 13 anos4.500
14 – 18 anos4.700
> 18 anos4.700
Grávidas4.700
Lactantes5.100
fonte: Conselho para Alimentação e Nutrição do Instituto de Medicina/EUA

Como o potássio age no corpo

O potássio é um mineral muito importante para o funcionamento adequado de todas as células, tecidos e órgãos do corpo humano. Mas uma das funções mais importantes dele é evitar a retenção de sódio e água pelo corpo, que acaba acarretando o aumento da pressão arterial. Por isto, pode-se dizer também que o potássio é excelente para a saúde do coração. Além disso, ele atua ainda na contratação muscular, favorecendo a atividade física intensa e evitando o surgimento de cãibras. Participa, junto com o magnésio, a vitamina K2, a vitamina C e a vitamina D3, da absorção de cálcio pelos ossos, prevenindo a osteoporose. É ainda responsável por manter a hidratação das células, permitindo a entrada de água para o interior delas.

Efeitos da hipercalamia

Na hipercalemia os níveis de potássio no sangue estão excessivamente altos, bem acima dos 140,4 miligramas por litro de sangue. A causa mais comum desse problema é o uso de medicamentos que diminuem o fluxo sanguíneo para os rins ou impedem que os rins excretem quantidades normais de potássio, que é no mínimo de 97,5 miligramas por dia, como é o caso dos anti-inflamatórios ibuprofeno e o naproxeno. Mas pode também ocorrer devido a insuficiência cardíaca, cirrose, deficiência de insulina, acidose e trombocitose, dentre outros problemas. A hipercalamia pode acarretar  lesões renais agudas, principalmente em crianças. Em quem tem os rins funcionando normalmente, a ingestão de potássio por meio dos alimentos, mesmo em dosagens mais elevadas, não é suficiente para acarretar a hipercalamia, pois o excesso deste mineral é excretado pela urina e pelas fezes. Contudo, para os portadores de deficiência renal o consumo excessivo de potássio pode ser fatal.

Efeitos da hipocaliemia

Também chamada de hipopotassemia, a hipocaliemia, ou carência de potássio no organismo, é definida como uma concentração deste mineral menor do que 140,4 miligramas por litro de sangue. Essa condição é um distúrbio hidreletrolítico comum e potencialmente fatal quando grave. Apesar de bem tolerada, quando leve, a hipocaliemia grave aumenta o risco de morbimortalidade em pacientes portadores de doença cardiovascular. Ocorre geralmente associada com um quadro clínico de vômitos incoercíveis, desidratação e oligúria (quando o organismo produz pouca urina). Pode acarretar, inclusive, problemas renais e hipertensão, pois prejudica a eliminação de sódio do corpo. Embora ainda não haja uma comprovação científica concreta, existem estudos que identificaram uma possível relação entre baixos níveis de potássio com o o surgimento da doença de Parkinson, uma vez que este mineral exerce uma grande influência no funcionamento da nossa musculatura e a doença de Parkinson se caracteriza justamente por uma degeneração do uso de nossos músculos, que leva a pessoa a apresentar uma “tremedeira” e perda da capacidade de segurar ou manipular objetos. Um sintoma menos complicado da hipocaliemia é a aparecimento de cãibras, principalmente durante exercícios físicos. Mas é um sinal de alerta para a pessoa verificar como está o seu nível de potássio no organismo.

Alimentos ricos em potássio

A banana é popularmente o alimento mais conhecido como fonte de potássio. Realmente, esta fruta contém quantidades consideráveis de potássio. Uma banana prata fornece 358 miligramas de potássio e a banana nanica 564 miligramas. Mas só a banana não resolve, pois para um adulto ingerir diariamente a quantidade ideal de 4.700 miligramas de potássio, a pessoa teria que comer pelo menos 13 bananas prata ou oito bananas nanicas por dia. É uma quantidade grande de banana que dificilmente alguém vai conseguir consumir diariamente. Na verdade, existem alimentos bem mais ricos em potássio do que a banana.

  • Chocolate meio amargo: 830 mg/100 g
  • Caju: 660 mg/100 g
  • Castanha do Brasil (do Pará):  659 mg/100 g
  • Salmão: 628 mg/100 g
  • Feijão: 570 mg/100 g
  • Espinafre: 558 mg/100 g
  • Batata: 535 mg/100 g
  • Bacalhau: 516 mg/100 g
  • Abacate: 485 mg/100 g
  • Aveia: 440 mg/ 100 g
  • Milho: 370 mg/100 g