Refrigerantes: porque eles fazem mal para a saúde

Refrigerantes: porque eles fazem mal para a saúde

O consumo per capita de refrigerantes no Brasil é de cerca de 70 litros por habitante/ano, segundo a ABIR (Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes de Bebidas Não Alcóolicas).  Isto significa praticamente beber um copo de 200 ml de refrigerante por dia. Embora apresente uma tendência de queda no país, em torno de 7% ao ano, esta taxa de consumo ainda é preocupante. E por que?

Os refrigerantes são bebidas muito ácidas, com pH em torno de 2,5. Como a mensuração do pH é logarítmica (o decréscimo de 1 no pH significa multiplicar a acidez por dez), um pH de 2,5 significa que seriam necessários 3,2 mil copos de água alcalina com pH 8 (ou 32 copos com pH 10) para neutralizar o ácido presente em apenas um copo de refrigerante à base de Coca-Cola.  É algo horripilante. Então, não é difícil imaginar o que acontece quando se consome pelo menos um copo diário de refrigerante. Um verdadeiro estrago em nosso organismo.

Para entender porque isto acontece é preciso, primeiro, lembrar que todos os nossos órgãos têm um pH próprio, a maioria bem próximo ao do sangue, que se situa entre 7,35 e 7,45 (ler o artigo
Entender a função do pH é aprender o bê-a-bá da saúde
), exceto o estômago que varia entre 1,2 a 3,0. Essa acidez estomacal ocorre devido à presença de vários ácidos que são fabricados neste órgão para atuar na digestão dos alimentos. Eles são naturais do nosso organismo e não nos prejudicam. O problema é quando começam a circular em nosso corpo bebidas ácidas como os refrigerantes. Como é impossível alguém beber tanta água alcalina para neutralizar o efeito da acidez dos refrigerantes, nosso organismo terá que arrumar uma maneira de impedir que tanta acidez depositada em nosso corpo entre na corrente sanguínea e desequilibre o pH do sangue, o que nos levaria à morte imediatamente. E isto é feito através de um complexo sistema de oxidação e produção de CO2 em nosso organismo, visando manter os níveis normais de pH.

Só que para produzir gás carbônico precisamos de oxigênio e isto obriga o nosso corpo reduzir a produção de energia para transformar oxigênio em CO2 e, com isso, evitar a acidificação do nosso sangue. A função do oxigênio em nosso organismo é servir de combustível para ser queimado dentro de nossas células gerando um processo de produção de energia derivado da glicose dos alimentos que são depositados nelas pela insulina. Quanto menos oxigênio disponível para a combustão celular nosso organismo se torna mais fraco por dispor de menos energia e, com isso, ficamos à mercê do aparecimento de várias doenças. Pois a energia é a verdadeira mantenedora da nossa saúde.