Tipos sanguíneos: saiba quais são e como eles se formam durante a gestação

Tipos sanguíneos: saiba quais são e como eles se formam durante a gestação

O que determina o tipo sanguíneo de um bebê é  a combinação do sangue do pai e da mãe. Ou seja, a criança herda sempre uma parte de cada um deles, de acordo com uma sofisticada relação genética de genes dominantes e recessivos.  Mas isto não quer dizer exatamente que a criança vai nascer com o sangue do pai ou da mãe. Então, podem acontecer situações em que o tipo sanguíneo do recém-nascido traria dúvidas sobre a paternidade. Assim, temos que ter em mente que os fatores genéticos que definem o grupo sanguíneo de uma pessoa são muito mais complexos do que as regrinhas usadas para calcular qual o tipo de sangue que o bebê vai ter com base simplesmente no sangue dos pais.

O que é o sistema ABO

Os tipos sanguíneos são definidos por duas moléculas. Uma chamada aglutinogênio, que dá nome aos grupos sanguíneos, e outra chamada Rh, que determina se o sangue é positivo ou negativo. Ambas as moléculas se encontram na superfície de nossas hemácias, os glóbulos vermelhos produzidos pela medula, e são elas que reagem com os anticorpos do sistema imunológico, através de um processo conhecido como aglutinação, quando os nossos patrulheiros as reconhecem ou não como moléculas do nosso tipo sanguíneo. Por isto, para se fazer uma transfusão de sangue é preciso primeiro saber se o sangue doador é compatível com o de quem irá receber. Caso contrário, os anticorpos irão identificar as moléculas das hemácias como corpo estranho e gerar um ataque de destruição destas células, acarretando febre, pressão baixa e até mesmo taquicardia, que pode levar a pessoa à morte.

Para entender o sistema ABO, a primeira coisa que temos que saber é que todos nós recebemos de nossos pais um gene que se chama gene ABO, responsável por definir o grupo sanguíneo da pessoa. Quando o gene ABO tem informação para produção exclusiva da molécula aglutinogênio A o bebê vai nascer com sangue tipo A. Quando a molécula é aglutinogênio B o bebê vai nascer com sangue tipo B. E na ausência de A e B, o sangue será do tipo O. Agora, se a pessoa tiver tanto o aglutinogênio A quanto o aglutinogênio B então o seu sangue será tipo AB. Na verdade, não se sabe até hoje como realmente o gene ABO transmite a informação que irá determinar o grupo sanguíneo.

Quanto ao fator Rh, quem é do tipo sanguíneo positivo possui a molécula Rh em suas hemácias, enquanto quem é negativo não possui.

Risco de gestação de pais com sangue que não combinam

Casais em que a mulher tem sangue negativo e o homem sangue positivo precisam de cuidados médicos para evitar uma gestação de alto risco para o bebê. Pois, se o pai transmitir o seu fator Rh para o feto, o útero pode rejeitá-lo e induzir o seu organismo a produzir anticorpos para atacá-lo, levando a doenças e até à morte. Existe um exame chamado Coombs indireto, que verifica a suspeita de incompatibilidade, permitindo ao obstetra recomendar uma transfusão de sangue para o bebê, ainda no útero, para evitar a rejeição do organismo materno.

Doação de sangue

Afinal, quem doa para quem? Esta é uma questão fundamental na transfusão de sangue, pois como já vimos acima nem todos os sangues são compatíveis uns com os outros. Vejamos, então, quais são as compatibilidades sanguíneas para efeito de doação:

Tipo SanguíneoRecebe deDoa para
A+A+, A-, O+ e O-A+, AB+
A-A- e O-A+, A-, AB+ e AB-
B+B+, B-, O+ e O-B+, AB+
B-B- e O-B+, B-, AB+ e AB-
AB+A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, O+ e O-AB+
AB-A-, B-, AB- e O-AB+ e AB-
O+O+ e O-A+, B+, AB+ e O+
O-O-A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, O+ e O-

É interessante ressaltar que o sangue O negativo é considerado doador universal, pois pode ser doado para todas as pessoas com os outros tipos sanguíneos, enquanto o sangue AB negativo é o receptor universal, ou seja, pode receber sangue de qualquer um. Outra curiosidade é que cerca de 85% das pessoas têm Rh positivo.

Tipo sanguíneo X alimentação

Não existe uma comprovação 100 por cento científica de que o tipo sanguíneo sofre influencia da alimentação. Contudo, observações médicas levaram a estabelecer que:

  1. Pessoas com Sangue Tipo O tem maior necessidade de proteína animal e apresentam dificuldade em digerir lactose do leite e derivados
  2. Pessoas com Sangue Tipo A têm dificuldade para digerir proteínas de origem animal e lactose do leite
  3. Pessoas com Sangue Tipo B se dá bem com leite e derivados, mas é incompatível com proteína do frango
  4. Pessoas com Sangue Tipo AB tolera poucas carnes e devem se alimentar com pequenas porções de cada vez

Há também relatos de doenças associadas ao tipo sanguíneo, mas da mesma forma com o que acontece com a alimentação nada foi comprovado cientificamente até o momento. São conclusões baseadas igualmente em observações clínicas. Portanto, o que se recomenda é que a pessoa não se preocupe muito com estas questões. O importante é manter os cuidados normais de saúde, independente do grupo sanguíneo.