Vitamina A: conheça um dos nutrientes mais importantes para a nossa saúde

Vitamina A: conheça um dos nutrientes mais importantes para a nossa saúde

A Vitamina A é um micronutriente importantíssimo para a nossa saúde. Melhora a visão, fortalece os dentes, atua na formação das células e também do colágeno, proteína responsável por manter a pele jovem e as unhas e cabelos sempre fortes. A falta de Vitamina A pode, inclusive, causar a cegueira noturna, uma doença que já foi muito comum no passado e que se não for tratada, pode provocar lesões na córnea e deixar a pessoa cega de forma irreversível. Além disso, sem Vitamina A nossos olhos não produzem adequadamente um pigmento sensível à luz, chamado rodopsina, que é formado pela proteína opsina e a Vitamina A. Sem este pigmento, a capacidade de nossos olhos transmitir imagens ao cérebro fica comprometida, podendo mesmo levar à cegueira por meio de uma doença chamada xeroftalmia. Portanto, a Vitamina A é imprescindível para os olhos. Por isso, ela é também conhecida como Retinol.

É importante não confundir precurssores da Vitamina A, como o betacaroteno, pigmento que dá cor alaranjada a legumes como a cenoura, por exemplo, com a Vitamina A propriamente dita. Existem cerca de 600 tipos de carotenóides, mas apenas 10% deles podem se transformar em Vitamina A. O principal é o betacaroteno, que vira vitamina em nosso organismo por ação de várias enzimas que atuam no intestino delgado.

A Vitamina A pertence ao grupo das vitaminas lipossolúveis, ou seja, aquelas que se dissolvem em gorduras e, por isto, são mais bem aproveitadas pelo organismo, uma vez que as gorduras duram mais tempo em nosso corpo do que a água, onde são diluídas as vitaminas hidrossolúveis.

Tipos de Vitamina A

A Vitamina A se divide em três tipos:

Retinol: o tipo mais comum da Vitamina A. É um álcool que pode ser encontrado na forma de acetato ou palmitato. Para quem faz suplementação de Vitamina A o tipo Palmitato de Retinol é o mais recomendado, por ser melhor que o acetato

Retinal: que é um aldeído, usado geralmente na forma tópica, ou seja, aplicado na pele para tratamento dermatológico

Retinoico: ácido também conhecido como tretinoína, também com aplicação dermatológica

Outros benefícios da Vitamina A

Outra função muito importante da Vitamina A é ativar a Vitamina D3, que é produzida pelo nosso organismo quando a pele entra em contato com o sol. A D3 é fundamental para fortalecer o nosso sistema imunológico e ajudar na absorção de cálcio pelos ossos. Muita gente, inclusive, faz suplementação de Vitamina D3 mas esquece da Vitamina A. Mas, sem ela, a D3 não funciona adequadamente.

A Vitamina A também possui as seguintes propriedades:

  • ação antioxidante
  • ação anti-inflamatória
  • desenvolvimento embrionário do feto e infantil
  • protege os aparelhos respiratório, digestivo e urinário
  • auxilia no combate a acne

Problemas relacionados à carência de Vitamina A

A hipovitaminose A, nome clínico da deficiência de Vitamina A, ainda é um grave problema de saúde pública em vários países. No Brasil, o quadro é considerado moderado, com predominância, sobretudo, na Região Nordeste e em algumas localidades do Norte e Sudeste. As crianças são as mais afetadas, principalmente devido ao desmame precoce. A deficiência prolongada de Vitamina A pode acarretar sérios problemas de saúde, como:

  • cegueira irreversível
  • degeneração macular relacionada à idade
  • redução do crescimento infantil e alterações ósseas, com aumento do risco de fraturas
  • aumento da ocorrência de infecções
  • pele seca
  • coceira na pele
  • cabelo seco
  • unhas quebradiças
  • hiperceratose folicular (frinoderma)
  • anemia, causada pela dificuldade do organismo usar o ferro para a produção dos glóbulos vermelhos, devido à falta de Vitamina A

Dosagem diária de Vitamina A

Para adultos, a ingestão diária de Vitamina A deve ser de 10000 UI (unidades internacionais), o equivalente a 3330 miligramas. Para crianças e adolescentes, faixa etária entre 0 e 18 anos, a dosagem tem que ser calculada caso a caso, de acordo com a seguinte tabela:

  • 0 a 6 meses: 1333 UI
  • 7 a 12 meses: 1666 UI
  • 1 a 3 anos: 1000 UI
  • 4 a 8 anos: 1333 UI
  • 9 a 13 anos: 2000 UI
  • 14 a 18 anos: 3000 UI

Hipervitaminose A ou excesso de Vitamina A

Existem três síndromes associadas ao excesso de vitamina A:

  • Intoxicação aguda: quando uma única dose maior que 660.000 UI é ingerida. O paciente se queixa de náuseas, vômitos, visão turva e vertigem. Esta situação já foi descrita com exploradores do ártico que ingeriram fígado de urso polar.
  • Intoxicação crônica: quando há consumo de quantidades altas de vitamina A (cerca de 33.000 Ui), por um grande período de tempo. Pode haver queda de cabelo, irritação da pele, alterações visuais, aumento da pressão intracraniana, tontura, dor de cabeça, náuseas, dor muscular e nas articulações e lesão hepática. O acometimento do fígado pode ser grave o suficiente para levar a cirrose, especialmente nos alcoólatras.
  • Teratogenicidade: o ácido retinoico pode provocar aborto espontâneo e malformações fetais quando utilizado em doses maiores do que o recomendado no primeiro trimestre da gravidez. Durante a gravidez, o limite que se mostrou seguro para ingestão de vitamina A é de no máximo 10.000 UI por dia.

Principais fontes de Vitamina A

A vitamina A é encontrada em alimentos de origem animal, como vísceras, principalmente o fígado de boi, gemas de ovos e leite integral e seus derivados (manteiga e queijo). Mas os vegetais também são fontes de vitamina A sob a forma de carotenóides (precursores de vitamina) os quais, no organismo, se converterão em vitamina A. Em geral, frutas e legumes amarelos e alaranjados e vegetais verde-escuros são ricos em carotenóides: manga, mamão, cajá, caju maduro, goiaba vermelha, abóbora/jerimum, cenoura, acelga, espinafre, chicória, couve, salsa etc. Alguns frutos de palmeira e seus óleos também são muito ricos em vitamina A: dendê, buriti, pequi, pupunha, tucumã.